27 julho 2010

Hoje é um dia diferente,
um dia que eu nunca senti.
Hoje é um dia existente,
um dia que eu nunca vivi.

O dia de hoje determina
um sonho de ontem
e uma idealização de amanhã.

Ontem sonhei esperando encontrar
Hoje encontro sonhando esperar
Amanhã esperarei encontrando sonhar.

A precedência do presente é a abstração do futuro
O crescente amar consciente um sentimento mais que puro.

- Dia dos Namorados (12/06/2009) - André S. Braga.

30 outubro 2008

Penso em Você

Idealizar, surgir no pensar, sonhar que um dia te diria.
O que tenho a falar é muito mais que poesia
Transcede sentimentos do interior,
Reflete em meus atos uma verdadeira intenção

Seja no dormir ou levantar
Onde quer que eu esteja a respirar
Teus lábios vem sussurrar meu ouvir, sorrisos inspirar
Todo meu sentir vislumbra teu olhar.

Ao ver-te chegar, contemplar teu falar, alegres sons em harmonia
Até em silêncio quero estar encantado em ter tua companhia.
Transformado pela beleza que excede o exterior,
Sustentado por gostar do teu calor.

Seja no dormir ou levantar
Onde quer que eu esteja a respirar
Teus lábios vem sussurrar meu ouvir, sorrisos inspirar
Todo meu sentir vislumbra teu olhar.

Quero tanto te explicar,
Com canções quero dizer
O que o meu viver
Se envolve em expressar:

Penso em Você.

Penso em Você - André Braga para Laila Souza -

31 janeiro 2007

A Natureza da Fé

“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11:1).

Estimulado por um futuro concurso bíblico, encontrei-me debruçado sobre as páginas do livro de Hebreus. A carta, de autor desconhecido, foi destinada aos primeiros cristãos judeus que, sufocados por perseguições religiosas da época, mostravam-se tendenciosos a retornar ao estilo de vida legalizado (baseado em toda a Lei do Antigo Testamento).
Percorrendo os versos da carta, buscando entender as complexas comparações feitas entre o Novo e o Antigo Testamento, recordei-me de antigas idéias que surgiram quando li pela primeira vez o capítulo 11 da epístola. Procurando em cadernos velhos, encontrei anotações de alguns pensamentos sobre a natureza da fé.
A fé é composta de duas naturezas distintas e complementares, sendo ambas demonstradas explicitamente no versículo principal (Hebreus 11:1).

“...é a certeza das coisas que se esperam...”

I – A primeira característica da fé é alusivo à expectativa, estar bem certo e crente de determinadas coisas que acontecerão no futuro:

a) A Salvação:

“Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:11, 12).

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

Cristo é a redenção, a única alternativa para edificarmos a vida. Ele é a Rocha, forte e firme onde uma casa é sustentada com segurança. A fé é demonstrada pela esperança de salvação do caminho da morte.

b) A Justificação:

Transformação da injustiça humana em justiça divina, através da fé Naquele que tem poder para realizar tal feito (Observar o tópico de dezembro de 2006, com o nome “Justificação”).

c) A Vida Eterna:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Vida eterna dá idéia de imortalidade. De certa forma todos apresentam almas imortais, mas o conceito aqui definido reflete a futura condição do relacionamento com Deus. Vida Eterna significa passar a eternidade (período posterior à morte física) na presença de Deus. O oposto, morte eterna, estabelece a situação de separação total de Deus por toda a eternidade. A fé representa a crença nas promessas de Deus para aqueles que o buscam.

"...a convicção de fatos que se não vêem"

II – A segunda característica da fé refere-se às realidades invisíveis, que não podem ser percebidas, sentidas ou sequer provadas.

a) A existência de Deus: O simples fato de não poder ser visto não exclui a sua possibilidade de existir, apenas reforça a natureza da fé que não depende da ciência humana (Observar melhor o tema no tópico de janeiro de 2007 “Deus existe?!”).

b) A criação: Big Bang...o máximo da capacidade criativa humana utilizada para comprovar o improvável: a inexistência do Criador.

“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11:3).

c) A presença de Deus: A participação de Deus no curso da vida humana é sempre muito questionada. Baseados na capacidade visual extremamente limitada, homens julgam os desígnios de Deus procurando reduzir os atributos divinos perfeitos pela injustiça reinante no ápice de sua criação: a humanidade. Se existe fome, guerra, doenças, ódio, imoralidade e corrupção seria impossível acreditar que Deus ainda está no controle de tudo. Todavia toda a desgraça e destruição são resultados diretos do mau uso da liberdade de escolha que nos foi concedida. A fé estrutura-se na consciência da onipotência divina, vendo a mão de Deus permanecer no direcionar do destino humano, ainda que o mundo caminhe a largos passos para seu fim.

A fé configura-se na dependência daquilo que não pode ser visto: a esperança da concretização da palavra de Deus; ter fé significa abandonar toda a confiança em nossos recursos, capacidades e raciocínios: o visível imperfeito e mutável substituído pela sublime perfeição imutável da verdade invisível de Deus.

- Natureza da Fé - André S. Braga.

Deus Existe?!

“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1:8).

Ao longo dos séculos de história, uma constante preocupação da humanidade foi compreender a realidade universal que nos envolve. Inseridos em uma ínfima porção de matéria, mergulhados na imensa escuridão da galáxia, cercados por um turbilhão infinito de corpos celestes, a grande suposição da existência de um Arquiteto, do qual convergiria toda a criação visível e invisível, veio sendo discutida desde os primórdios da consciência do homem.

Argumentos teístas naturalísticos

Objetivando conhecer os fatos da existência de Deus através da razão, as leis da lógica e da dedução são tão importantes quanto a verdade envolvida na questão. As contradições palpáveis são excluídas do sistema, enquanto que as situações comprovadas são aceitas e tornam-se base para pensamentos posteriores. Os argumentos para provar a existência de Deus subdividem-se em duas classificações: argumentum a priori e argumentum a posteriori.

Argumentum a priori: É dedutivo em seu processo e parte do motivo (causa) ao fenômeno (conseqüência). Esta forma de raciocinar é utilizada pelo astrônomo ao determinar a partir de leis físicas, o tempo de colisão de meteoros em uma superfície planetária. Tal argumento baseia-se em premissas de uma realidade simulada, uma crença inata, ou uma impressão intuitiva. O estudioso determina conseqüências ou moldes sustentados em leis científicas. O argumento ontológico é o único que pode ser considerado a priori. A ontologia consiste na discussão do ser como existente.

René Descartes, filósofo iluminista francês, em seu “Discurso do Método” tratou de racionalizar temas subjetivos em um sistema de fatores matemáticos, conhecidos por sistema cartesiano. Sendo a matemática a ciência que simboliza a certeza, o “Discurso” propõe comprovar grandes verdades universais pelo método racional, visando ausência de soluções indeterminadas ou impossíveis.

Cogito ergo sum (Penso, logo existo): A 1ª reflexão que pode ser comprovada refere-se à existência do ser a qual Descartes denomina prova ontológica.

“Mas imediatamente que eu observava isso, que os pensamentos de sonho se confundem com a realidade, ainda assim eu desejava pensar que tudo era falso, era absolutamente necessário que eu, quem pensa, seja algo; e enquanto eu observava que isso é verdadeiro, eu penso, logo existo, era tão certo e tão evidente que (...) eu aceitei este como primeiro princípio de filosofia, que eu estava refletindo” (René Descartes, Discurso do Método).

Descartes teve parte de suas idéias inspiradas em três sonhos ocorridos na noite de 10 para 11 de novembro de 1619. Entendendo que era impossível distinguir pensamentos oníricos dos verídicos, Descartes iniciou seu estudo refutando o próprio raciocínio. Segundo ele, enquanto dormimos ou estamos acordados não é possível refletir sobre a veracidade desses pensamentos, mas é completamente plausível admitir que pensamos.
“O ato de duvidar é indubitável”: Esforçando-se para duvidar de sua própria existência, tal ato caracteriza a ocorrência de um pensamento, que exige um ser pensante, concluindo assim ser seguro supor a própria existência.
É importante ressaltar que no Método não é qualquer ato do eu que determina a existência. Alimentar-se não poderia comprovar a existência, visto que é possível duvidar da existência tanto do alimento como do aparelho digestório; somente um pensamento (seja ele uma dúvida, desejo, afirmação ou similar sentido) é indubitável, garantido a existência do eu.

Noesis noeseos (Pensamento do pensamento): Existindo a razão, é preciso haver um Organizador desse pensamento, alguém que lhe dê lógica e coerência. Pela razão, Deus existe, retomando o conceito aristotélico do “motor imóvel” no qual o pensamento em outro ser pensante admite a existência de uma força motriz universal.

“A seguir, fazendo a reflexão sobre o fato de que eu duvido, e que, por conseguinte meu ser não era absolutamente perfeito, porque eu via claramente que era perfeição maior conhecer do que duvidar, eu percebi que dessa reflexão concluía a existência de algo mais perfeito que eu; e eu claramente percebi que essa percepção vinha de uma natureza que era de fato mais perfeita [que a minha]. (...) Para ser dito em uma palavra, que era Deus”
(René Descartes, Discurso do Método).
- Somos imperfeitos e finitos: Descartes conscientizou-se da natureza imperfeita dos homens. É possível depreender também que somos seres finitos, devido ao fato de apresentarmos princípio;

- Conceitos de perfeição e infinidade: Considera-se a concepção do ideal de perfeição. O homem possui a noção, ainda que precária, do que representa o perfeito e o infinito;

- Pensamento imputado: Logo, os pensamentos não intrínsecos à nossa natureza são externos, concedidos por um Ser perfeito e infinito para reconhecermos sua existência.

Argumentum a posteriori: É indutivo em seu processo e parte do fenômeno (conseqüência) voltando ao motivo (causa). O argumento parte da análise de mecanismos de uma obra de arte almejando compreender a mente mentora que está implícita no resultado. Existem três argumentos a posteriori: cosmológico (do universo ao Criador); teleológico (reconhece os fins racionais da criação); e antropológico (do espírito humano voltando-se ao Criador).

Argumento Cosmológico: O universo (cosmos) é um fenômeno ou uma conseqüência que exige uma causa adequada. O argumento cosmológico aduz a evidência que Deus existe e Ele é a Causa Primeira de todas as coisas.

I – Todo efeito deve ter uma causa;
II – O efeito depende da causa para sua existência;
III – A natureza não pode produzir-se;

IV – Uma causa é alguma coisa, tem existência real, consiste numa entidade, pois apenas seres apresentam poder de ação;
V – Uma causa deve ter poder e eficácia para explicar os efeitos produzidos;

VI – Nós somos causas. Possuímos existência real, poder e eficácia para produzir efeitos (como fazer pães a partir de farinha, ovos, fermento e água);
VII – Essa crença não significa que um ser sempre vem de outro, mas que nenhuma alteração pode ocorrer, nada pode ser produzido sem o exercício do poder e da eficácia por um Ser.

John Locke, iluminista inglês, fez a seguinte citação:
“Eu existo; eu não existia sempre; tudo o que existe deve ter uma causa; a causa deve ser adequada; esta causa adequada é ilimitada; ela deve ser Deus”.

Deus é a Causa Primeira de todas as coisas, tendo criado tudo a partir ex nihilo (do nada).

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1).
“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11:3).

Argumento Teleológico: O universo é um fenômeno ou uma conseqüência que se apresenta em ordem e adaptação perfeitas.

“O que fez o ouvido, acaso, não ouvirá? E o que formou os olhos será que não enxerga? Porventura, quem repreende as nações não há de punir? Aquele que aos homens dá conhecimento não tem sabedoria?” (Salmos 94:9, 10).

Com a mesma finalidade do argumento cosmológico, é função do argumento teleológico indicar a evidente existência e o plano e a razão do Criador estabelecidos em uma ordem, construção e convergência das coisas que participam da constituição do universo.

Argumento Antropológico: Diferentemente dos argumentos precedentes, o argumento antropológico analisa a existência do Divino baseado exclusivamente na formação do homem. Sendo o homem compreendido em uma realidade material (carnal) e imaterial (espiritual), a herança do Divino provém da natureza do Espírito.

“Deus é espírito” (João 4:24).

A parte imaterial do homem, que incorpora fragmentos abstratos como elementos da vida, da vontade, do intelecto, da sensibilidade e da própria crença em Deus admite a existência de uma Causa adequada.

I – Senso de moralidade: A natureza intelectual e moral do homem necessita de um Autor intelectual e moral;
II – Senso de justiça: A natureza moral do homem preestabelece uma comprovação da existência de um Legislador e Juiz santo;
III – Senso de emoção: A natureza afetiva do homem em buscar alguém que possa suprir o vazio interior mais uma vez comprova a existência de um Ser de amor absoluto.

“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11:1).

O autor de Hebreus relata a natureza da fé, demonstrando uma característica interessante do âmbito divino: A existência de Deus não pode ser comprovada experimentalmente. A invisibilidade do Criador sujeita a essência da fé e reforça o poder de liberdade de escolha do homem.


“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia discursa outro dia, e uma noite revela o conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até os confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual , como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso;e nada foge ao seu calor” (Salmos 19:1-6).

A natureza é prova irrefutável e visível da existência do Criador supremo. A perfeição dos acontecimentos, a organização com que os elementos da natureza são agrupados e seqüenciados exprime a autoria genial de Deus. Independentemente daquilo que você acha, pensa ou acredita: sua incredulidade não altera a essência existencial de Deus. Contrariando o niilismo do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Deus está vivo!

- Deus existe?! - André S. Braga.

19 dezembro 2006

Aparências

“De um modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos vêem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos”. (Nicolau Maquiavel)

Filosofia, aqui cito uma grande ciência humana que nunca me foi atrativa, pelo menos até este ano. Durante meus estudos visando ingressar ao ensino superior, vi-me forçado a retornar às lições do ensino médio por conta de uma universidade que exigia conceitos básicos da filosofia em seu processo seletivo.

Em “O Mundo de Sofia” tive a oportunidade de aprender um pouco sobre a história da filosofia de uma forma fácil e divertida, pois o livro é uma espécie de romance no qual um professor ensina filosofia, por correio, para uma menina de 14 anos (Aliás, se você tiver a chance de ler este livro, não a perca!)

Em seguida mergulhei nas páginas de “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel. O livro é bem interessante, embora bastante controverso...Mas fala sobre as diversas formas de alcançar o poder e como mantê-lo. No capítulo XVIII, Maquiavel desenvolve como deveria ser a conduta e a boa-fé dos príncipes analisando a natureza humana. Segundo ele, “pode-se lutar de duas maneiras: pela lei e pela força” mostrando que existe a resolução dos problemas através das leis instituídas e da própria imposição pela força. A primeira maneira é de simples compreensão, pois é resultado direto da aplicação das leis; Maquiavel as considera formas naturais do homem; A segunda maneira, Maquiavel considera uma característica natural dos animais e, para explicar, utiliza as figuras do leão (força bruta) e da raposa (força sagaz) : “O leão não sabe se defender das armadilhas, e a raposa não consegue se defender dos lobos”. Segundo Maquiavel, os interesses próprios são precípuos e conseqüentemente maiores que a boa-fé, principalmente por sermos rodeados por pessoas mal-intencionadas (“lobos”).

Dentro do âmbito das qualidades apresentadas por Maquiavel (piedade, fé, integridade, humanidade e religião) é muito mais importante aparentar tais qualidades do que de fato possuí-las, visto que seu comportamento fica livre para conduzir seu reino de acordo com sua vontade. Há algumas linhas antes da máxima maquiavélica (“os fins justificam os meios”), a questão da aparência saltou-me aos olhos e provocou-me algumas reflexões.

“De um modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos vêem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos”.

Após ler e reler a frase veio a minha mente um conto de fadas da Walt Disney bem famoso, “A Bela e a Fera”. Neste conto, no início vemos um jovem e pretensioso príncipe recebendo à porta de seu suntuoso castelo uma pequena senhora, com roupas surradas e feições tortuosas, pedindo esmolas a troco de uma pequena rosa. O príncipe simplesmente despreza a humilde senhora baseado naquilo que de imagem seus olhos traziam, negando qualquer ajuda, mesmo sendo dono de uma incontável fortuna...Repentinamente a pobre senhora transforma-se numa bela e poderosa feiticeira e diz ter vindo testar o caráter do príncipe. Reprovado por ter considerado apenas as aparências, ela lança uma maldição transmutando toda sua beleza em uma repugnante besta. A única alternativa para quebrar o feitiço seria encontrar alguém que o amasse independentemente daquilo que podia ser visto...

É fato que muitas vezes julgamos determinadas pessoas por uma série de preconceitos que adquirirmos durante nossas vidas...Quantas vezes tomamos determinadas atitudes fundadas apenas em fatores restritos e supérfluos de nossas mentes?

“O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são pensamentos vãos”. (Salmos 94:11).

“O que confia no seu próprio coração é insensato” (Provérbios 28:26).

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas” (Jeremias 17:9).

Aquilo que enxergamos com nossos olhos, com nossos sentidos, na verdade constitui uma imagem extremamente positiva perto daquilo que realmente somos...Olhando para dentro de mim mesmo e navegando por meus pensamentos posso perceber e sentir a veracidade da natureza humana.

“As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniqüidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão luz à iniqüidade”. (Isaías 59:2-4)

Todas estas características negativas tornaram-se (inicialmente eram dissociadas) inerentes à humanidade e foram resumidas em uma única palavra: pecado. O significado da palavra pecado é bem amplo, obviamente pelo fato de aglomerar todas as atitudes, vontades e pensamentos distorcidos do padrão de perfeição. Todavia podemos dizer que pecado é aquilo que nos afasta do Deus Perfeito...Poderíamos ser comparados aos arqueiros imprudentes que desperdiçam flechas atirando para os lados...Pecar é errar (propositalmente) o alvo.

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23).

As aparências enganam? Sim...Somos muito mais belos externamente do que interiormente...Todos são muito piores do que realmente enxergamos...Se pudéssemos sentir e entender os pensamentos alheios poderíamos comprovar a miserabilidade do “amor” desenvolvido pela sociedade...

Somos “filhos da desobediência” envoltos em uma casca de mediocridade que tenta esconder uma fétida hipocrisia interna...Se pudéssemos eliminar vidas para alcançar poder e glória seríamos decisivamente perniciosos. Na realidade somos almas encarceradas em um corpo destruído pela corrupção do erro e o justo destino de nosso espírito é a morte e a eterna separação de Deus.

“Minha Existência: A Criação
Meu Poder: A Liberdade
Minha Decisão: O Erro
Meu Destino: A Morte...”.

– Aparências – André S. Braga.

Justificação

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).


“Na realidade somos almas encarceradas em um corpo destruído pela corrupção do erro e o justo destino de nosso espírito é a morte e a eterna separação de Deus”.

Embora as palavras por mim proferidas sejam um tanto duras registraram a veracidade da condição humana sem Deus. Quando disse “corpo destruído pela corrupção do erro” fiz referência ao pecado original, de Adão e Eva.

“Portanto, assim como por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12).

“Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e nele não há injustiça; é justo e reto” (Deuteronômio 32:4).

Sendo Deus todo perfeito, não é possível a conivência com seres imperfeitos. Sendo Deus todo justiça, o destino justo dos imperfeitos (toda humanidade) é a eterna separação.

“Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23)

Apesar de ter apresentado em “Aparências” de forma diferente, morte e separação eterna são praticamente sinônimos. Morte é o resultado direto de nossa imperfeição (Lembrando que inicialmente éramos seres perfeitos com potencialidade para a imperfeição); Separação eterna refere-se ao resultado indireto que submete o homem a esta situação posteriormente à vida.
O homem continuamente vem buscando alternativas para resolver o problema da separação divina através de seus próprios esforços: vida reta, boas obras, religião, filosofias, etc. Devemos lembrar que aquilo que nos separa de Deus é o nosso erro, não as coisas certas que fazemos. Vida reta e boas obras não anulam nossas “mãos contaminadas de sangue”.
Deus prioriza conceitos absolutos (certo x errado, luz x trevas) de forma que em muitas coisas não existe meio-termo. Quando observa [Deus] do céu a humanidade, todos são indistintamente injustos e passíveis de punição.

“Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Salmos 14:2-3).

Todos são declarados injustos por Deus. Justificação é o ato de tornar justo (algo injusto é transformado em justo). O único que pode alterar nossa condição de imperfeição é o próprio Deus. Muitos perguntam: Por que Deus, sendo também todo bondade, não estende tudo isso a todos? E eu pergunto: Quem disse que a salvação é exclusiva de alguns?! O Propósito Divino é para todos...

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Quando Deus criou o homem deu-lhe a liberdade para tomar decisões. A salvação é para todos, mas nem todos serão salvos pela falta de um pré-requisito básico: .

“Ora, a é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11:1).

“Agora se manifestou a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:21-24).

A graça é um favor imerecido, algo que nos é dado por exclusiva dádiva divina. A justificação de toda vida imperfeita é através da morte de um Justo (Jesus Cristo).

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

É necessário crer e aceitar todas essas verdades para sermos justificados e aceitos por Deus. Deus nos ama e a prova maior deste Amor é o sacrifício voluntário de seu Filho.

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).

Ele nos propõe transformar todo o nosso interior em componentes incorruptíveis e dignos de glorificá-lo...modificar nossa condição de criatura e de “filhos da desobediência” para filhos Dele.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (João 1:12).

Apesar de devermos a Ele toda nossa inspiração e existência, nosso livre-arbítrio foi para a destruição...Entretanto, seu Propósito de reconciliação foi estabelecido para retornarmos ao puro convívio...na nossa insignificância fomos escolhidos pelo Criador do Universo. Existe maior honra?!

“Minha Esperança: A Palavra
Minha Remissão: O Sangue
Meu Legado: A Cruz
Meu Salvador: Jesus”

– Justificação – André S. Braga.

08 dezembro 2006

Propósito Divino

Minha Existência: A Criação
Meu Poder: A Liberdade
Minha Decisão: O Erro
Meu Destino: A Morte

Minha Esperança: A Palavra
Minha Remissão: O Sangue
Meu Legado: A Cruz
Meu Salvador: Jesus

– Propósito Divino – André S. Braga

Imensurável Kairós

O abrupto esplendor manifesta
Agradável sensação fracionada
Epifânica visão transformada
Adorável contemplação instaurada

A adjacência inspira alegria
A proximidade contentamento
O visualizar esperança
O espaçar saudade
O separar sofrimento

O súbito fulgor desvanece
O açoite de imagens assinala alvoradas
A profusão de pensamentos fragmenta calendários
A tortura de lembranças transmuta estações

Racionalizar o abstrato reluzente
Revoca a natureza humana
Relutar o momento condolente
Recupera a perdida clama

O tempo é meu inimigo
A distância é minha traição

Nada preserva fôlego de subsistência
Permanece o vazio etéreo da frívola alma.

– Imensurável Kairós – André S. Braga